sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Uma Benção Celta


 
No dia em que o peso amortecer-se
Sobre teus ombros e tropeçares,
Que a argila dance para equilibrar-te.

E, quando teus olhos congelarem-se
Por trás da janela cinzenta, 
E o fantasma da perda chegar a ti,
Que um bando de cores
Índigo, vermelho, verde
E azul-celeste,
Venha despertar em ti
Uma campina de alegria.

Quando a vela se esfiapar no barquinho
Do pensamento, e uma coloração
De oceano escurecer abaixo de ti, 
Que surja por sobre as águas
Uma trilha de luar amarelo
Para levar-te a salvo para casa.

Que o alimento da terra seja teu,
Que a claridade da luz seja tua,
Que a fluidez do oceano seja tua,
Que a proteção dos antepassados seja tua.

E, assim, que um lento vento
Teça estas palavras de amor
À tua volta, um invisível manto,
Para zelar por tua vida. 

(John O' Donohue)

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