domingo, 30 de setembro de 2012

Mãe



:: 30/09/12 - Aniversário de Minha Mãe ::


Vermelho. Vermelho intenso. 
Unhas bem feitas. Quer sempre. 
Roupas extravagantes. A marca é indiferente. 
Perfumes marcantes. Dos que não incomodam.
Sapatos, sandálias, botas. Saltos.


Olhar para ela é sempre agradável.
Pequena, rosto bolachudo - que herdei - sempre preocupada com o look, parando de tempos em tempos - todos se estiver com tempo - em frente as vitrines. 90% das vezes, só pra admirar. Herdei isso também.

Seus gestos são contidos, aquele jeito bem educado e ao mesmo tempo carregado de ar decidido. Baianinha arretada, sangue quente, desce do salto na mesma facilidade com a qual sobe. Desde que isso realmente queira.

É orgulhosa de sua retidão de caráter, muitas vezes imperativo e até militarista demais. Não fica medindo palavras quando fora do sério e menos ainda pensa no impacto que elas terão em seu alvo. Melhor não cutucar.

Nega-me colo alegando que "já sou grande demais". Lá no fundo sei que deve ser apenas para que eu possa insistir e ficar bem pequena diante de seus olhos.

Levou-me para todo canto por alguns meses, cuidou-me por tantos anos e agora sou eu quem a quero cada vez mais perto. Casas separadas fazem alguns milagres.

Mas não todos!

Ontem fiquei de ir na dela fazer valer meus dotes "manicurísticos". Não deu.
Também não liguei pra avisar já que perdi no dia anterior o bendito celular.
No finalzinho da noite liguei, ela alfinetou-me, tirou o meu eixo do lugar... e ainda encerrou a ligação de modo bastante abrupto. (Errr... desligou na minha cara.)

Arretada, eu não disse?

Ao seu modo é uma leoa, mãe guerreira e ainda maior amiga, que não permite que falem um "cisco" de suas crias. Sejam elas eu, meu irmão, meu pai, as cachorras, o carro, a casa... e a lista segue infinita.

Há alguns anos ela vem buscando melhorias e qualidade de vida. "Vaso novo", sabe?
Tem conseguido e muito. Só que de sobressalto, muitas vezes, a velha natureza surge e o urro sai potente.

Não importa a crença na qual me apegue, no final sei que a escolhi e mesmo com todas as suas falhas não desejaria outra mãe neste mundo. Todos gostaríamos de mudar algumas coisas. Seja o modo de se relacionar ou mesmo as escolhas que elas fizeram em suas vidas e muitas vezes sequer nos afetam.

Ainda assim a escolho em cada dia e a amo mesmo quando lá vai ela "virada no sessenta". Não amamos só por que a pessoa merece. Ou só por que devemos isso a ela. É incondicional especialmente quando "somos feitos da mesma carne e do mesmo sangue".

Minha Alma nobre. Espirituosa. Cuidadora. Essência Feminina.
Minha primeira e maior amiga, daquelas com as quais se briga, estapeia e tudo na boa fica.
E riem por horas e dias, estáveis dentro de seu próprio jeito de amar.

Minha Rainha.
Amo muito você Maurina ♥

Nenhum comentário:

Postar um comentário